Quando no fim do ano passado “nasceu” uma nova doença provocada por vírus na China, em uma província determinada (Hubei), a preocupação no Ocidente foi relativamente pequena.
Enquanto dezenas de milhares de pessoas se contaminaram no país e pelo menos 2.600 morreram, não havia mais do que centenas de casos fora de lá. Por muito tempo, um navio ancorado no Japão foi o segundo maior foco fora do território chinês.
Da China, o vírus alcançou a Ásia e a Europa. Nesta, alguma coisa deu errado no controle da doença na Itália. E a Itália é um país ocidental, interconectado com seus vizinhos e extremamente visitado por turistas do mundo inteiro. Inclusive brasileiros.
Milão é a grande cidade que está no que seria o olho do furacão da epidemia italiana, a região da Lombardia. E foi de lá que veio, para São Paulo o homem de 61 anos que procurou tratamento para sintomas semelhantes ao do novo coronavírus na segunda-feira, 24.
O senhor fez um voo de retorno no percurso entre duas cidades cosmopolitas, Milão e São Paulo, chegou por aqui no dia 21 e só foi ao hospital três dias depois. Como os sintomas demoram alguns dias para aparecer e a doença é transmissível mesmo estando sem apresentá-los, provavelmente mais gente no voo se contaminou. Da mesma forma, todos com os que teve contato na cidade durante esse período de 21 a 24 de fevereiro.
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Diante disso, fica impraticável o controle para isolar a penetração da doença. Brevemente, o Brasil vai ter de assumir seus primeiros casos transmitidos entre pessoas que não viajaram para fora do País.
O foco agora passa a ser medidas que toda a população deve tomar são para minimizar o risco de contágio.
Algumas dicas são fundamentais:
- Não entrar em pânico. A mortalidade da Covid-19 (como foi batizada a enfermidade) é relativamente baixa, algo entre 2% e 2,5% dos pacientes, especialmente os mais vulneráveis imunologicamente falando (pessoas idosas e/ou já debilitadas). Encare o problema como se eventualmente fosse tratar uma gripe – de fato, é praticamente a mesma coisa.
- Lavar sempre as mãos. É uma regra de ouro: higienizar as mãos de forma completa e cuidadosa e chegando até a região do punho. Deve ser a primeira coisa a fazer ao chegar em casa.
- Usar o álcool gel frequentemente. É um ótimo complemento para a higiene das mãos. Não custa nada sempre usá-lo quando tiver oportunidade, especialmente em ambientes públicos.
- Nunca tocar olhos e mucosas. Frear o hábito de coçar as vistas, de pôr a mão no nariz e o dedo na boca é um fator que pode fazer muita diferença em relação ao risco. Evitar ao máximo.
- Tossir ou espirrar sempre usando a manga da camisa como proteção. É a chamada “etiqueta da tosse”, o ato de usar a parte interna do braço para não espalhar as gotículas.
- Não dividir objetos pessoais. Em períodos de epidemia, o uso compartilhado de qualquer pertence deve ser evitado.
- Evitar aglomerações. Sempre que possível, fuja de locais em que haja grande concentração de pessoas: eventos, solenidades, shows, estádios etc.
- Evitar viajar para áreas afetadas. Se possível, reprograme-se para algo que tiver agendado para um local que seja foco de propagação da doença.
- Ter cuidado especial com idosos. Se você tem pessoas de idade avançada em casa, redobre seus cuidados pessoais e reforce isso a elas e a todas as que as cercam mais frequentemente.
- Procurar informação de qualidade. Não abra mão de ver o noticiário, ler jornais ou acessar páginas confiáveis na internet para ter mais informações sobre a doença. Da mesma forma, não dê crédito ao primeiro vídeo alarmista que receber. Informar-se faz muita diferença contra qualquer absurdo – isso vale também para o caso do novo coronavírus. Diga um sonoro não às fake news.
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Não dá para não ressaltar: o sistema público de saúde brasileiro, apesar de todos os pesares e sua falta de melhores condições, estabelece ações conjuntas entre as diversas unidades federativas. Isso ficou provado na quarentena por que passaram os brasileiros que estavam na China. Vale a pena dar um crédito de confiança nas autoridades médicas do SUS.
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